quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A IGREJA CORAÇÃO DA MISSÃO

À luz do Vaticano II, a essência da Igreja vem-se revelando na missão que tem no mundo. Ela é uma comunidade de fé aberta ao mundo, aberta a todos os homens. É uma comunidade que deve sempre renovar-se: renovar-se a partir de Cristo, da sua ação salvífica, a Igreja vive no dinamismo do Espírito Santo.
No Concílio, no documento dogmático sobre a Igreja, a Lumen Gentium, a Igreja é dita “mistério”, isto é, sacramento de unidade entre Deus e os homens, e dos homens entre si. Sacramento primordial, a Igreja é fonte viva e significativa do ato salvífico que Cristo, na sua morte e ressurreição, introduziu na história: o ato de entrega. Entrega de Cristo na cruz ao Pai e aos homens, ela é dom do Espírito de filiação. É a comunhão: a participação nos dinamismos da liberdade santa de Deus.
Ora, a entrega de Cristo é um ato de obediencia ao plano de amor do Pai no Espírito Santo, até ao total abandono na morte; e só na vivência de uma entrega total se faz parte do Corpo de Cristo.
Ser Igreja é viver entregue a Deus no Espírito Santo que nos abre aos irmãos.
Esta foi a realidade da primeira Igreja Imaculada, a realidade da Mãe de Deus, totalmente entregue ao mistério salvífico da vida do seu Filho. Ela é a Igreja pura e santa aberta maternalmente a todos os homens. É também a realidade da santidade que conduz o peregrinar dos homens e mulheres de fé, tornando presentes e atuantes no mundo os sinais da ação de Deus.
À santidade mariana junta-se a santidade institucional, tal como à vitalidade profética e carismática de todos os fieis, acolhida do dinamismo do Espírito, se junta a vitalidade ministerial nascida da autoridade apostólica.
A comunhão na santidade, é uma comunhão de entrega de amor. Mais do que ser povo de Deus, a Igreja é esposa desde o mistério esponsal de Maria, Mãe de Deus, até à celebração eucarística vivida pelo corpo vivo e vivificado em Cristo.
Corpo e esposa de Cristo, a Igreja vive a sua missão por participação na missão de Cristo, na obediência ao Pai, que a incorpora na Eucaristia de Cristo pelo Espírito.
É, ao participar na missão de Cristo, que a liberdade de cada cristão se insere ao estruturar o Corpo de Cristo em comunhão de santos. O Filho deu, na cruz, a vida “por nós”, e é no ser “por nós” do Filho que a solidariedade humana se torna comunhão por inclusão na própria missão do Cristo.
O bem é o princípio de união revelado no agir do Espírito Santo. Este, que é a unidade do Pai e do Filho, é o vínculo da comunhão dos santos. É o amor que envolve toda a natureza e a sociedade humana, provocando a unidade na diversidade de expressões e estruturas.

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